Como uma mente aberta pode te ajudar a ficar mais inteligente?

As pessoas são muito abertas a coisas novas… desde que elas sejam exatamente como as antigas!
– Charles Kettering

A mente aberta é a vontade de buscar ativamente evidências contra as crenças, planos ou objetivos preferidos de uma pessoa, e pesar tais evidências de forma justa quando estiverem disponíveis.

Ter uma mente aberta não implica que alguém seja indeciso, desejoso ou incapaz de pensar por si mesmo. Depois de considerar várias alternativas, uma pessoa de mente aberta pode assumir uma posição firme e agir em conformidade.

O oposto da mente aberta é o que é chamado de viés do “meu lado” que se refere à tendência generalizada de procurar evidências e avaliar as provas de uma maneira que favoreça as suas crenças iniciais. A maioria das pessoas demonstra um viés do “meu lado”, mas algumas são mais tendenciosas do que as outras.

 

Benefícios de ter uma mente aberta

Pesquisas sugerem os seguintes benefícios de ter uma mente aberta:

  • Os indivíduos com mente aberta e cognitivamente complexos são menos influenciados por eventos singulares e são mais resistentes a sugestões e manipulações.

  • Os indivíduos com mente aberta são mais capazes de prever como os outros irão se comportar e são menos propensos a projeção.

  • Os indivíduos com mente aberta tendem a obter melhores resultados nos testes de habilidade cognitiva geral, como vestibulares ou testes de QI. (Claro que não sabemos se a mente aberta faz você mais inteligente ou vice-versa.)

Mente aberta como uma “virtude corretiva”

Os psicólogos sociais e cognitivos observaram erros generalizados de julgamento/pensamento aos quais todos somos vulneráveis. Para termos uma mente aberta, temos que trabalhar contra essas tendências básicas, o que faz com que os éticos da virtude chamem a mente aberta de uma virtude corretiva.

Além do viés do “meu lado” descrito acima, aqui estão outras três tendências cognitivas que funcionam contra o pensamento aberto:

  1. Exposição seletiva: Nós mantemos as nossas crenças expondo-nos de forma seletiva a informações que já sabemos que são susceptíveis de suportar essas crenças. Os liberais tendem a ler jornais liberais e os conservadores tendem a ler jornais conservadores.
  2. Efeitos de primazia: A evidência que vem primeiro importa mais do que as evidências apresentadas mais tarde. Os advogados de julgamento estão muito conscientes desse fenômeno: Uma vez que os jurados formam uma crença, essa crença torna-se resistente a evidências contra.
  3. Polarização: Nós tendemos a ser menos críticos com evidências que apoiam nossas crenças do que com as evidências contrárias às nossas crenças. Em um experimento interessante que demonstra esse fenômeno, os pesquisadores apresentaram evidências variadas sobre a eficácia da pena de morte na redução do crime. Mesmo que as evidências em ambos os lados da questão fossem perfeitamente equilibradas, os indivíduos se tornaram mais firmes em sua posição inicial a favor ou contra a pena de morte. Eles classificaram as evidências que sustentavam sua crença inicial como mais convincentes e encontraram falhas mais facilmente nas evidências que contrariavam suas crenças iniciais.

 

O que encoraja a mente aberta?

Pesquisas sugerem que as pessoas são mais propensas a terem uma mente aberta quando não estão sob pressão do tempo. (Nossas reações instintivas nem sempre são as mais precisas). Os indivíduos também são mais propensos a ter uma mente aberta quando acreditam que estão tomando uma decisão importante. (É quando começamos a fazer listas de prós e contras, buscando as perspectivas dos outros, etc.)

Além disso, algumas pesquisas sugerem que a maneira como uma ideia é apresentada pode afetar o quão a mente de uma pessoa estará aberta ao considerá-la. Por exemplo, um método típico de avaliar a mente aberta no laboratório é pedir a um participante que liste argumentos em ambos os lados de uma questão complicada (por exemplo, a pena de morte, o aborto, testes em animais). O que normalmente acontece é que os indivíduos podem listar muito mais argumentos em seu lado preferido. No entanto, se o pesquisador incentivar o participante a apresentar mais argumentos do lado oposto, a maioria das pessoas pode fazê-lo sem muita dificuldade. Parece que os indivíduos têm esses contra-argumentos armazenados na memória, mas eles não se baseiam neles ao serem questionados pela primeira vez.

 

Exercícios para construir uma mente aberta

Catherine Freemire, uma terapeuta clínica e coach profissional renomada por sua criatividade, sugere três exercícios para construir uma mente aberta que definitivamente valem a pena tentar:

  1. Selecione um tema emocionalmente carregado para ser discutido (por exemplo, aborto, oração na escola, reforma da saúde, a guerra atual no Iraque) e escolha a opinião oposta da que você defende. Escreva cinco razões válidas para suportar esta visão.

  2. Lembre-se de um momento em que você foi injustiçado por alguém no passado. Pense em três razões plausíveis pelas quais essa pessoa inadvertidamente ou intencionalmente o prejudicou.

  3. Este é para os pais: pense em um tópico no qual você consistentemente discute com seu filho adolescente ou adulto. Agora, tome a posição do seu filho e pense em 3 razões substanciais para que o ponto de vista dele seja válido. (Isso também pode ser feito com cônjuges ou membros da família)