Uma maneira agradável de reduzir o risco de depressão?

Uma pesquisa publicada na revista BMC Medicine (Geo et al., 2013) demonstrou que o vinho, se bebido com moderação, pode reduzir o risco de desenvolver depressão.

Segundo o professor Miguel A. Martínez-González, um dos autores do estudo, baixas quantidades de ingestão de vinho podem exercer para a depressão uma proteção de forma semelhante ao que foi observado para a doença cardíaca coronariana.

Para chegar a essas conclusões pesquisadores estudaram mais de 5.500 pessoas durante 5 a 7 anos. No início do estudo nenhum participante havia sofrido de depressão ou tido problemas relacionados com o álcool. As pessoas naturalmente bebiam quantidades variadas de bebidas diferentes, mas a bebida mais comumente consumida era o vinho.

Os resultados mostraram que as menores taxas de depressão foram observadas naqueles que bebiam leve a moderadamente, o que equivalia de dois a sete taças pequenas de vinho por semana. Os pesquisadores acreditam que alguns dos efeitos protetores são fornecidos pelo resveratrol e outros compostos fenólicos no vinho.

Em outra pesquisa realizada na University of South Carolina School of Medicine pesquisadores afirmam ter descoberto uma ligação entre depressão e inflamação no cérebro, sugerindo que o resveratrol, poderia reduzir a inflamação e, portanto, o comportamento depressivo.

Como a depressão muitas vezes é causada por “estresse social”, como o bullying ou a perda de um ente querido, os pesquisadores usaram ratos para replicar os efeitos da depressão, introduzindo um rato maior e mais agressivo para “intimidar” os outros. Alguns ratos expostos aos agressores desenvolveram ambos “comportamentos depressivos e inflamação no cérebro”, enquanto os que não desenvolveram comportamentos depressivos também não apresentaram tal inflamação.

Repetindo a experiência, os ratos intimidados receberam uma dose diária de resveratrol, o equivalente à quantidade encontrada em seis copos de vinho, o que, depois, possibilitou aos pesquisadores observarem o bloqueio da apresentação tanto da inflamação no cérebro quanto dos comportamentos depressivos nos animais.

Segundo Susan Wood, autora principal da pesquisa, “a nossa pesquisa é muito relevante para a sociedade de hoje, porque investiga potenciais tratamentos para as pessoas com uma maior susceptibilidade à depressão e distúrbios relacionados que surgem devido ao estresse social”, “esperamos que nossas descobertas encorajem cientistas que estão realizando ensaios clínicos a testar a eficácia de agentes anti-inflamatórios naturais na depressão, que atualmente é uma área pouco estudada”. Ela acrescentou: “Certamente, há um forte caso sendo construído agora entre o trabalho clínico e pré-clínica que a inflamação está ligada a sintomas depressivos, e há uma grande necessidade de estes resultados a serem validados em estudos com seres humanos”, disse ela.